sábado, 1 de agosto de 2015

Opinião sobre "O meu nome é..." - Alastair Campbell

O meu nome é...
(Artigo de Opinião)


Autor: Alastair Campbell
Título Original: My Name Is... (2013)
Tradução: Clara Alvarez
ISBN: 978-972-53-0546-1
Nº de páginas: 304
Editora: Editorial Bizâncio


Sinopse


     Hannah tem 17 anos e bebe para se sentir melhor. Por um momento. Depois a dor de alma regressa, mais intensa.

    Esta é a história da adição de Hannah contada pelos que a rodeiam: os pais, a irmã, os tios, os amigos. As suas vozes trazem-nos um relato por vezes chocante, por vezes ternos, de uma vida à beira da destruição.


Este exemplar foi-me gentilmente cedido pela Editorial Bizâncio em troca de uma opinião sincera

Opinião


      A primeira coisa que me cativou neste livro, para além da maneira apelativa como está concebida a capa - o título colocado por cima dos olhos da rapariga, tirando-lhe de certa forma a identidade, adaptando-se o seu caso a qualquer pessoa -  foi a primeira página que procedia à dos agradecimentos e dedicatórias e que dizia: "O meu nome é Hannah. E esta é a história deles.".

  "O meu nome é..." está dividido em 25 capítulos, cada um contado por uma personagem diferente. Cada pessoa conta uma parte da história de Hannah, desde o seu nascimento, até à sua vivência numa clínica. O facto de a história ser contada por diversas entidades possibilita-nos a visão dos acontecimentos através de diferentes perspetivas. Considero bastante interessante a forma como o autor abordou o assunto. Utilizou as pessoas que estavam mais próximas de Hannah - pais, irmã, amigos, ex-namorado, professores, médicos... - para descrever o impacto que uma alcoólica tem na vida dos que a rodeiam, e até mesmo para retratar a sua decadência.

  Cada personagem relata uma parte da sua experiência com Hannah, contextualizando a ação. Contam também um pouco da sua própria história, aliviando um pouco do tema principal, e falando de outros assuntos importantes como, por exemplo, a homossexualidade. 

   Apenas no capítulo final nos é dada um pouco da visão de Hannah, através de uma carta que ela escreve endereçada à mãe. Esse foi, sem dúvida, o capítulo de que mais gostei. Adorei o desfecho do livro, a tomada de consciência da personagem é um momento deveras importante e com um grande impacto.

   Aprecio o esforço que o autor fez ao tentar escrever de acordo com a personalidade da pessoa que está a narrar o capítulo, mas considero que, por vezes, tinha frases demasiado grandes e com muita informação, o que a tornava um pouco densa e dificultava a leitura. Porém, isso não é um impedimento para a compreensão da história.

Os relatos conseguem ser simultaneamente marcantes e comoventes. Os sentimentos experienciados pelos diversos narradores conseguem provocar um misto de emoções no leitor. Raiva, condescendência, empatia, ódio, ternura, compreensão - são apenas algumas das sensações que vivenciei durante a leitura deste livro.

 Incutidas, estão também algumas reflexões que dão um certo encanto à narrativa. Gostei particularmente desta - "Os nossos pais, os pais deles, os seus antepassados, cada movimento que fazemos só é possível por causa de cada movimento que eles fizeram, porque bastava um movimento diferente que qualquer um tivesse feito, e nada seria igual.".

  Penso que este é um livro que todos devem ler, não só os adultos, mas principalmente os mais novos. A história não é verídica mas é, certamente, semelhante à de muitos jovens. Num mundo onde cada vez se começam a adotar maus hábitos e vícios mais cedo, as lições que se podem retirar desta obra devem permanecer sempre presentes. Um livro que deve ser lido com calma, absorvendo tudo o que se possa retirar e aproveitando tudo o que tem para nos oferecer. Aconselho absolutamente!


Música que aconselho para acompanhar a leitura: The A Team_Ed Sheeran

Sem comentários:

Enviar um comentário