quarta-feira, 27 de abril de 2016

Opinião sobre "Júlia: Afinal, Existem Príncipes Encantados!" (Amor, Amigas e Garrafas de Vinho #1) - Natalie K. Lynn

Júlia: Afinal Existem Príncipes Encantados!
(Amor, Amigas e Garrafas de Vinho #1)
(Artigo de Opinião)


Autora: Natalie K. Lynn
ISBN: 978-989-51-5579-8
Nº de páginas: 282
Editora:  Chiado Editora


Sinopse

Quando chamou palhaço a Miguel Souto, o homem de bata branca que estava à sua frente, jamais passara pela cabeça de Júlia Medeiros que ele não ia desistir enquanto não a tivesse rendida aos seus encantos...

    Uma missão aparentemente impossível, uma vez que há muito que a jornalista tinha deixado de acreditar em príncipes.

   Mas o pediatra estava determinado a quebrar as muralhas que ela construíra em torno do seu coração para a fazer viver o conto de fadas e nada o iria impedir, nem mesmo as adversidades do destino, como a sua partida numa missão humanitária para um país africano em guerra.

     Uma história empolgante sobre a descoberta do amor neste primeiro volume da coleção "Amor, Amigas e Garrafas de Vinho".


Este exemplar foi-me gentilmente cedido pela Chiado Editora em troca de uma opinião sincera


Opinião


      Começo por agradecer à Chiado Editora pelo gentil envio do livro.

     "Júlia: Afinal, Existem Príncipes Encantados!" é o primeiro livro de uma coleção intitulada "Amor, Amigas e Garrafas de Vinho", de duas autoras portuguesas que escrevem sob o pseudónimo de Natalie K. Lynn.
 
     Júlia Medeiros é uma jornalista na "casa dos trinta" que há muito deixou de acreditar no amor e em encontrar o seu príncipe encantado. Tem a seu cargo uma reportagem sobre o trabalho dos Drs. Palhaços - pessoas que animam as crianças internadas - e, no decorrer da sua visita ao hospital, num percalço infeliz (ou não), conhece Miguel Souto, pediatra e diretor do serviço.

    A conexão que os une é imediata, mas Júlia, cética em relação aos assuntos do coração, mostra-se um pouco receosa em atirar-se de cabeça para uma relação com Miguel, pois não quer acabar magoada. Apesar disso, os avanços de Miguel acabam por dar frutos, e Júlia começa a apaixonar-se...

    Miguel Souto é um homem charmoso, habituado ao impacto que costuma causar no sexo oposto. Dono de uma forma física invejável, que lhe confere uma imagem bastante atraente, fica deveras surpreendido com o súbito interesse que sente por Júlia e que, aparentemente, não é recíproco. Decidido a prolongar ao máximo o seu tempo com a jornalista, protagoniza um jogo de sedução que passa por lhe "aprisionar" o telemóvel.

    Aos poucos, algo entre eles começa a surgir... Mas estará Júlia pronta para deixar de lado as suas descrenças e para abraçar esta nova oportunidade do amor na sua vida? Será Miguel o príncipe encantado por quem esperava inconscientemente?

   A par do romance, que constitui a intriga principal, existe uma poderosa amizade: um grupo de quatro amigas - Júlia; Marta, uma enfermeira; Rita, que é advogada; e Leonor, relações públicas numa multinacional - dentro do qual não existem temas proibidos. O esplendor desta amizade surge, não só nos momentos bons, mas também nos momentos em que um dos membros do grupo precisa de apoio, como aconteceu com Júlia.

   O papel de vilãs da história coube a Isaurinha e a Laura, a mãe e a ex-namorada de Miguel, respetivamente. Estas duas aproveitam-se da fragilidade de Miguel para tentar separá-lo de Júlia, não pesando convenientemente as consequências. Dão sempre prioridade aos seus interesses pessoais, face ao bem-estar dele. As atitudes de Isaurinha são verdadeiramente detestáveis e é quase impossível não sentir uma certa repulsa por esta personagem, que prefere a posição social à felicidade do filho.

     A conexão do leitor com Júlia é facilitada pela sua simplicidade. É uma rapariga disposta a lutar por aquilo que quer e, embora inicialmente receosa, é interessante ver a quebra das barreiras que ergueu para se proteger das desilusões. É inteligente, perspicaz, e não teme dizer o que pensa.

     A personalidade de Miguel também é bastante aprazível - educando, amável e afetuoso, é um homem brincalhão, com um humor caricato, e cuja sagacidade me conquistou. A tenacidade na missão de fazer Júlia voltar a acreditar no amor foi louvável.

    Gostei da utilização de expressões, de uso frequente no quotidiano, no seio do trato entre amigos, pois acaba por conferir algum realismo à obra. A escrita também é bastante agradável - mas uma revisão mais cuidada poderia ter eliminado erros pontuais e suprimido alguma falta de pontuação, principalmente no fim dos parágrafos. O único aspeto menos bom que tenho a apontar prende-se com a previsibilidade da história. O núcleo central gira em torno da conquista de Miguel e, só numa fase mais avançada, acontece algo que abala as estruturas da relação deste com Júlia. A narrativa é, em si, um tanto previsível. No entanto, é um romance cuja história não deixa ser muito divertida - principalmente as partes do "engate" e as saídas do grupo - e leve, pelo que cumpre a sua função e consegue prender o leitor. As observações mordazes de Júlia e os comentários satíricos de Miguel conseguiram arrancar-me verdadeiras gargalhadas!

    Em suma, "Júlia: Afinal, Existem Príncipes Encantados!" é uma história onde prima o humor e a boa disposição. Transmite a mensagem de que o amor está ao virar da esquina - ou, neste caso, à saída do elevador - basta que não tenhamos medo de sentir e que saibamos lutar por aquilo que queremos, ao invés de desistir perante o primeiro contratempo. Os próximos volumes debruçar-se-ão sobre as amigas de Júlia, pelo que me já me encontro entusiasmada para saber qual será o final destas personagens que tão bem acompanharam Júlia nos momentos mais difíceis. Foi uma boa leitura!

 Música que aconselho para acompanhar a leitura: Nobody Love_Tori Kelly
(https://www.youtube.com/watch?v=MPX3qz1ve7M)

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