quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Opinião sobre "A Rapariga do Calendário: Abril, Maio e Junho" (A Rapariga do Calendário #4-6) - Audrey Carlan

A Rapariga do Calendário
Abril. Maio . Junho
(A Rapariga do Calendário #4-6)
(Artigo de Opinião)


Autora: Audrey Carlan
Título Original: Calendar Girl - Abril, May, June (2015)
Tradução: Mário Dias Correia
ISBN: 978-989-657-803-9
Nº de páginas: 368
Editora: Editorial Planeta

ATENÇÃO: esta opinião pode conter spoilers de livros anteriores

Sinopse


      A jornada de Mia Saunders, acompanhante por força das circunstâncias, continua neste segundo volume de A Rapariga do Calendário! Nos três meses que se seguem, Mia viaja para Boston, Oahu e Washington DC.

    Em Abril, faz-se passar pela namorada do mulherengo Mason Murphy, um jogador de basebol profissional que precisa de melhorar a sua imagem, e acaba por descobrir que ele não é exactamente aquilo de que estava à espera.

      Maio encontra Mia a incendiar o sangue de Tai Niko, modelo fotográfico e intérprete da dança do fogo samoano, enquanto participa numa campanha publicitária que tem como objectivo demonstrar que a beleza não é uma questão de tamanho.

    Em Junho, a missão de Mia é servir de enfeite de braço a Warren Shipley, membro do grupo conhecido como Um por Cento. Enquanto finge ser uma caçadora de fortunas, descobre que Warren tem de facto um coração de ouro. Pena é que o atraente filho, Aaron, senador pela Califórnia, não seja em nada parecido com o pai.

Este exemplar foi-me gentilmente cedido pela Editorial Planeta em troca de uma opinião sincera

Opinião


       Começo por agradecer à Editorial Planeta pelo gentil envio do livro.


     Depois de um divertido primeiro volume onde conhecemos o inesquecível surfista e guionista Weston Channing III no mês de Janeiro, o charmoso pintor francês Alec Dubois em Fevereiro e os divertidos Anthony Fasano e Hector Chávez em Março, chegam três novos meses com muitas surpresas e pessoas novas à vida de Mia.

     Mia prossegue a sua jornada para arranjar dinheiro para saldar as dívidas do pai em Boston, onde finge ser a namorada de Mason Murphy - a jovem estrela de basebol dos Red Sox. Mason é um rapaz com fama de mulherengo, que gosta de dar nas vistas - muitas vezes pelos piores motivos -, mas que tem um coração bondoso. Inicialmente, pensei que a autora poderia recorrer a clichês de desportistas neste mês, algo que, felizmente, não se verificou. Carismático e carinhoso, Mason foi uma personagem que me conquistou, principalmente pela sua intervenção num outro capítulo.

     Maio é um mês mais romântico e quente, mas que, na minha opinião, não tem grande história, para além de considerar ainda o final um pouco forçado. Mia vai para o Havai para ser modelo de uma campanha de fatos de banho para corpos reais, e conhece Tai Niko, um modelo fotográfico que lhe apresenta os lugares mais belos da ilha. Podemos encontrar bastante sexo neste mês, que é contrabalançado pelas paisagens deslumbrantes do Havai que a autora nos apresenta, e pelas informações sobre a cultura samoana. Este acaba por ser um mês mais calmo, num local paradisíaco, mas que, como disse, não tem uma história particularmente marcante, apesar de Tai ser um homem íntegro e virtuoso.

    Em Junho, Mia parte para Washington DC para acompanhar Warren Shipley, um homem com idade para ser pai dela, em várias reuniões do grupo Um Por Cento. Este foi o mês de que mais gostei, não só por causa dos temas retratados - as relações e os interesses entre pessoas influentes e a necessidade de "enfeites de braço" para obter credibilidade, os valores de justiça e a vontade de melhorar a vida dos outros - mas também pela reviravolta que encontramos no final. Foi interessante ver a Mia num ambiente a que não está habituada e que não a deixa confortável, apesar de ela dar o seu melhor à causa que a levou ali.

   Agradou-me o facto de voltar a encontrar algumas personagens do primeiro livro, mesmo que por vezes apenas mencionadas, sem parecer um reencontro forçado, e de ver que as diferentes experiências protagonizadas em cada mês deixam marcas, muitas vezes positivas, na vida de Mia. Ela apercebe-se que, afinal, este ano não se está a revelar um sacrifício tão grande como pensou. Mia tem tido um leque de clientes bastante eclético, e com todos tem aprendido algo que a faz ser uma pessoa melhor e mais confiante; e, o mais importante, têm-na feito sentir-se especial e amada, têm-se tornado família.

    Audrey trata cada mês com uma abordagem diferente, o que permite, não só, que o leitor não se canse da premissa mas, pelo contrário, que anseie descobrir o que virá a seguir. Continuamos a encontrar diversas personagens secundárias em cada mês, o que é óptimo, pois ajuda a dar alguma profundidade à história. É mantido o registo informal no relato da protagonista, sendo que, no geral, predominam cenas divertidas e românticas. No entanto, gostei também de ver o lado mais sério de Mia e o seu sentido de justiça, para além da incansável preocupação com o bem-estar da irmã mais nova e das pessoas que ama.

    A relação da Mia com Maddy, a irmã mais nova, é de pura dedicação e devoção, o que faz com que tenha alguma dificuldade em aceitar que a irmã cresceu e que já não precisa tanto dela. Mas, para ser honesta, acho que a Mia nem sempre é correta na sua amizade com a Ginelle, uma vez que, por diversas vezes, a deixa em segundo plano. Sabemos que não o faz por mal - a ternura e o companheirismo que as une são verdadeiros e incontestáveis -, mas gostava de a ver dedicar mais tempo à melhor amiga porque, bem vistas as coisas, passa grande parte do dia desocupada - e, mesmo assim, parece nunca ter tempo.

    O Wes continua a ocupar um importante lugar no coração da Mia, embora esta se sinta frequentemente perdida nos seus sentimentos e baralhada, sem saber que caminho tomar nem que escolhas fazer. A protagonista não consegue lidar convenientemente com o facto de o Wes se encontrar com outra pessoa, pois tem um claro medo de o perder. É bom ver também este lado mais vulnerável da Mia, - os seus medos e divagações - pois torna-a mais autêntica e real.

      Esta é uma série onde reina a descontracção e que proporciona uma leitura rápida, quente, divertida e fruitiva, prendendo o leitor logo nas primeiras páginas. Embora gostasse de ter visto algumas situações melhor exploradas e de haver alguns pormenores menos bem conseguidos, fiquei muito satisfeita com o percurso trilhado pela Mia neste segundo livro, para além de as histórias nele narradas ainda deixarem um alerta para algumas situações atuais mais preocupantes. Resta-me aguardar com muita curiosidade o terceiro volume, correspondente aos meses de Julho, Agosto e Setembro, ansiosa por saber o que o futuro de Mia lhe reserva. Gostei muito!

 Opinião sobre outros livros de Audrey Carlan:

 Música que aconselho para acompanhar a leitura: We Can't Stop_Miley Cyrus

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